A ideia da presença do sagrado no coração do capitalismo contemporâneo configura algo como uma utopia, a tentação de construir um mundo novo sobre o modelo de um arquétipo pré-histórico. Essa idéia aproxima seu pensamento da utopia marxista da superação do reino da necessidade pelo reino da liberdade, através do próprio desenvolvimento da produção e da tecnologia. São várias, aliás, as figuras da mesma utopia, que aparecem nas entrelinhas de A festa tecnológica: a da reconquista do sagrado, a partir do próprio sagrado embutido na contemporaneidade. Pouco importa se esse sagrado é definido como algo que se situa além das classes (Marx), além do atual princípio da realidade (Marcuse) ou além do atual princípio simbólico (Lacan) – é sempre território localizado do outro lado do limite. Por Sérgio Paulo Rouanet.
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